Quanto mais antes da hora o bebê nasce, maior é o risco de desenvolver problemas
Bebês nascidos apenas algumas semanas antes do previsto  têm um risco ligeiramente maior de desenvolver problemas de saúde na infância do  que aqueles que tiveram o parto na data esperada, sugere um novo estudo  publicado no British Medical Journal. A pesquisa é a primeira a  analisar os efeitos do parto prematuro de poucas semanas.
A relação foi feita a partir da observação do estado geral  de saúde de 14 mil crianças nascidas 10 anos atrás e acompanhadas até os cinco  anos de idade. Os pesquisadores levaram em conta desde problemas crônicos, como  a asma, até internações em  hospitais.
Os resultados mostraram que bebês nascidos antes das 39  semanas de gestação têm um risco maior de ter problemas de saúde até os cinco  anos do que aqueles nascidos a tempo. De acordo com os pesquisadores, 15% dos  bebês nascidos no tempo previsto apresentaram asma ou chiado no peito até os  cinco anos, enquanto que 17% daqueles nascidos antes da data esperada  apresentaram a doença no mesmo período. Eles também constataram que, quanto mais  cedo o bebê chegar, maior é o risco de ter problemas de saúde no futuro.
Segundo os autores do estudo, realizado pela  University of Leicester e pela National Perinatal Epidemology  Unit, no Reino Unido, a pesquisa serve de alerta às mães de bebês  prematuros sobre a necessidade de cuidados especiais nos primeiros anos de vida  da criança.
Bebês prematuros pedem cuidados especiais
Uma gestação normal dura entre 37 e 42 semanas.  Entretanto, vários fatores podem anteceder o nascimento do bebê, como idade da  mãe, hipertensão arterial, diabetes, infecção urinária durante a gravidez, má  formação do feto e parto cesariana. Segundo o pediatra Sylvio Barros, membro da  Sociedade Brasileira de Pediatria, a criança que nasce antes da hora não está  tão desenvolvida para lidar bem com os estímulos externos e precisa de cuidados  extras do hospital e dos pais - desde o momento da amamentação até a hora de  dormir. Por isso, o Minha Vida pediu a especialistas que  esclarecessem as principais dúvidas relacionadas ao cuidado com o bebê  prematuro.
1. Amamentação
Uma das grandes dificuldades do prematuro em relação à amamentação é a falta de reflexo e força para sucção, além da prematuridade de seu sistema digestivo. Mesmo assim, apesar de nem sempre poder mamar diretamente no peito logo que nasce, o bebê não deve ser, de forma alguma, privado desse alimento tão nutritivo. "Recomendamos que a mãe faça o bombeamento do leite não só para alimentar a criança, mas também para impedir que ele seque, pois mais para frente o bebê poderá ser amamentado da forma tradicional", aponta o pediatra e neonatologista Jorge Huberman, do Instituto Saúde Plena e do Hospital Albert Einstein. Se não houver tal estímulo, o corpo da mãe entenderá que o leite não precisa mais ser produzido.
2. Peso
O peso do bebê prematuro é uma  preocupação constante para pais e médicos. "Ele é um dos pré-requisitos para o  início da amamentação direto no peito, o começo da vacinação e o recebimento da  alta do hospital" afirma o pediatra Jorge Huberman. A criança só poderá sair do  hospital quando passar dos 1.900 gramas. Por isso, além de receber cuidados  médicos especiais, ela será alimentada com pequenas doses de leite materno e  soro. Conforme o tempo passar, a quantidade de leite será aumentada e a de soro  reduzida até que a alimentação torne-se exclusiva de leite.
3. Moleira
De acordo com o pediatra Sylvio Barros, a  fontanela bregmática, conhecida como moleira, é uma abertura provisória dos  ossos que formam a calota craniana. Com o tempo, ela vai se fechando até a  oclusão total, que ocorre em torno de 18 meses. Essa espécie de membrana requer  os mesmos cuidados que um bebê normal precisa: atenção para evitar traumatismos  e pressões muito fortes no local.
4. Temperatura
A temperatura média corporal de um bebê prematuro costuma ser mais baixa do que a de um bebê de nove meses. "Embora ele nasça com mais pelos pelo corpo, uma estratégia natural para mantê-lo aquecido, o seu sistema nervoso central ainda não está totalmente desenvolvido e, por isso, a regulação da temperatura torna-se uma tarefa difícil", afirma o pediatra Jorge. Por isso, é fundamental agasalhar bem o prematuro para mantê-lo aquecido. Só não exagere. O superaquecimento da criança também é prejudicial.
 
 
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