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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Mensagem de Reflexão - A mentira sustenta uma verdade e um cmportamento

Mas ela tem "perna curta"

Por Tany Souza
tany.souza@arcauniversal.com

“É só uma mentirinha, não tem problema!” Quem já não pensou assim? Quem já não contou histórias falsas para se sentir na vantagem em relação ao outro? Atenção, a mentira tem “perna curta”.

Para o psicólogo Fabio Fischer, a mentira faz parte do ser humano e sustenta a vida social de algumas pessoas. “Em prol da boa convivência, uma mentira eventual pode não ser prejudicial. Quanto maior o ganho em potencial, maior é a probabilidade de contar uma mentira para chegar ao resultado desejado.”

Mas, quando a mentira começa a influenciar na vida de outras pessoas, é fundamental o apoio de quem faz parte do ciclo social do mentiroso para que ele consiga sair dessa situação.

“Porém, antes é necessário que ele reconheça as mentiras que criou e entenda os danos que por ventura tenha causado. O suporte psicológico também é fundamental para que as questões que o levaram a mentir sejam trabalhadas. É quase como o fumante que deseja largar o cigarro. As pessoas ao seu redor se incomodam e pedem para que não fume mais, mas ele precisa assumir a responsabilidade por essa mudança, senão, não haverá êxito”, explica Fischer.

A mentira se torna um vício, mas há como sair desse ciclo. “O mentiroso precisa reconhecer que seu comportamento está gerando problemas para si e para os outros. Para isso, ele terá que encontrar (ou reencontrar) as vantagens em viver uma vida às claras, sem a necessidade da mentira.”

Porém, a mentirinha pode se tornar uma doença quando contada deliberadamente e sistematicamente, visando o prejuízo alheio e o benefício de um indivíduo, traços comuns de personalidades anti-sociais e sociopatas. “Muitos estelionatários, farsantes e políticos corruptos enquadram-se perfeitamente bem nessa categoria. Uma pessoa pode mentir dizendo que mora num bairro de classe A porque não aceita sua realidade de classe média baixa. Com isso, ela cria uma história detalhada, com informações aparentemente confiáveis de um mundo de luxo e glamour, a fim de suprir esse desejo de ascensão social. Esse seria um exemplo de mitomania, ou mentira patológica. A mitomania pode se manifestar durante a vida toda do sujeito, pois ele não reconhece que a história que criou não corresponde à realidade, arrastando consigo amigos e parentes para o seu mundo de fantasia”, esclarece o psicólogo.

Um futuro mentiroso

Para que as crianças não se tornem mentirosos compulsivos, é preciso que os adultos tenham cuidado ao lidar com elas, reforçando os benefícios de ser verdadeiro. “As crianças geralmente aprendem por modelagem, observam e replicam aquilo que está em seu ambiente. Por isso, não devemos nos surpreender quando nossos filhos copiam de nós não apenas características nobres, como sinceridade e honestidade, mas também as menos nobres, como a mentira. Evitar contar mentiras na frente das crianças menores também ajuda”, enfatiza Fischer.

As mentiras de “perna curta”:

- Insatisfação nas relações amorosas: quando a relação não está mais satisfatória, é importante reservar um momento para discutir e esclarecer assuntos pendentes. Fingir que está tudo bem, a fim de manter as aparências perante a família e amigos, só jogará a sujeira para debaixo do tapete, causando mais frustração ao casal.

- Vai para o happy hour com os colegas de trabalho? Avise a(o) esposa(o). Inventar constantes desculpas só irá minar gradativamente a confiança da outra parte em você.

- Candidato que mente em currículo: mesmo que você se saia bem durante a entrevista de emprego, a rotina diária do cargo dirá ao seu chefe e aos seus colegas de trabalho se você é ou não a pessoa que descreveu no currículo. As dinâmicas de grupo empregadas nos processos seletivos são uma ferramenta muito utilizada para avaliar como o candidato se comportaria em situações do dia a dia na empresa. Se ele diz no papel e na entrevista que sabe ser líder e delegar obrigações, isso certamente será avaliado na dinâmica.

- Demorar para responder, gaguejar ou travar: seja firme e seguro quando estiver respondendo a alguma pergunta. Pausas inadequadas ou impróprias na hora da resposta podem apontar que você está mentindo ou não tem certeza do que está dizendo. Se a pessoa na sua frente tiver um mínimo de atenção, poderá duvidar de sua credibilidade.

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