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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mensagem de Reflexão - Omar e Abdul

Amigos ou rivais?


Por Marcelo Crivella


Há uma lenda antiga que expõe ao ridículo os inacreditáveis níveis de ódio e inveja que atingem o coração dos homens. Homens que desprezam o maior tesouro que existe, isto é, o amor de Deus, para invejar coisas passageiras, como os bens materiais.

No infindável deserto do Cazaquistão, dois miseráveis, Omar e Abdul, caminhavam lado a lado, à procura de um oásis onde pudessem se refugiar do calor fustigante e matar a sede que os afligia.

Os dois haviam sido muito ricos. Eram negociantes estabelecidos no ramo de venda de tapetes.

Ganharam muito dinheiro, e porque tinham seus bazares um defronte do outro, numa das principais ruas da cidade de Pertião, tornaram-se terríveis rivais.

Viviam a se acusar e denunciar as falcatruas um do outro, e ainda que fossem primos, a rivalidade que havia entre eles era maior que qualquer vínculo sanguíneo.

No desejo de juntar mais dinheiro, os dois faziam qualquer negócio. Falsificavam mercadorias, exorbitavam nos preços, enganavam no troco e sonegavam os impostos, além de roubarem os empregados.

Passavam o dia à frente das suas lojas, sentados em pequeninos bancos, um defronte do outro. Vez por outra cruzavam os olhares, quando o tráfego da rua permitia, para desviar logo em seguida, como se nem notassem a existência um do outro.

Tudo mentira! Na verdade vigiavam cada cliente que entrava nos bazares. Se algum deles saísse carregado com muitos produtos, o que significava um bom negócio, o concorrente se doía de inveja, enquanto o que tinha feito o negócio voltava à porta do bazar para exibir seu sorriso, alisando lentamente a vasta barriga.

Era tanta a inveja entre os dois que cada um deles enviou uma carta aos fiscais do rei, denunciando as irregularidades do outro. Ambos foram condenados. Por ironia do destino, na noite em que fugiram, antes que fossem parar na cadeia, encontraram-se na mesma estrada, sofrendo juntos a aridez do deserto.

A cada passo que davam, discutiam, se acusavam, lembravam-se da riqueza que haviam deixado para trás. Lamentavam-se e reconheciam a estupidez que haviam feito. Punham-se a andar novamente, e mais à frente lá estavam a se digladiar outra vez.

Após muitas horas, quando a tarde caía, anunciando em ventos o frio que assola todas as noites o deserto, os dois miseráveis, que tinham perdido tudo na vida, com exceção dos maus sentimentos, já exaustos, choraram em alta voz e clamaram a Deus por socorro.

Foi então que um anjo lhes apareceu e iluminou tudo ao redor com a luz de seu rosto.

- Omar e Abdul, vim para salvá-los. Peçam o que quiserem e vos será concedido!

Ao ouvirem isso, os dois explodiram de alegria. Imagine os palácios, servos e servas, reinos, fortunas, comércios, tapetes, propriedades e principalmente escapar daquele deserto sem fim. Tudo era como um sonho!

- Lembrem-se de que vocês destruíram a si próprios. Agora lhes dou a chance de recuperar suas vidas e famílias. Porém, terão de aprender o segundo mandamento da Lei de Deus: o amor ao próximo! Um de vocês fará o pedido do que mais anseia o seu coração. Podem pedir o que de melhor existe no mundo, que concederei. Então, ao seguinte darei em dobro, para que o desejo de um venha a abençoar ainda mais o outro - finalizou o anjo.

- Abdul! Pensa com cuidado em todas as maravilhas que teus olhos já viram, nos lugares que passastes e nos livros que lestes, e não te esqueças de pedi-las todas - gritou Omar.

- Amigo este conselho que me dás é para ti mesmo! Jamais pedirei às maravilhas que desejo, pois sei que as receberás em dobro!

Começou a briga outra vez. Muito pior que antes! Em minutos estavam a rolar pelo chão, um tentando forçar o outro a fazer o primeiro pedido.

- Pede miserável! Pede ou te arrebento de pancada! - gritava um.

- Nunca! Você é quem vai pedir, nem que eu tenha de te matar, desgraçado! - respondia o outro.

Então o mais forte, Omar, prevalecendo na luta, apertava o pescoço do outro até que ele, já não resistindo mais, gritou o seguinte pedido:

- Peço que me seja concedido o desejo de ficar cego de um olho!

Ao que se seguiu o grito desesperado:

- Maldito! Onde estás desgraçado, que não te vejo mais?

O amor ao dinheiro é mesmo a raiz de todos os males, como diz a Bíblia Sagrada. E a inveja que isso causa não tem limites. Parece que para aquele que ama o dinheiro não basta apenas ser rico, mas é preciso também que os outros sejam pobres e lhe invejem. A derrota de outrem lhe traz mais alegria que a própria vitória.

Quando nos alegramos e oramos pela vitória, não daqueles que nos amam, mas daqueles que nos odeiam, é aí que nos tornamos filhos do Altíssimo. Ele, por amor à humanidade, que O despreza, ainda assim deu Seu Filho Jesus para salvá-la.

É isso que diz um dos mais lindos versos da Bíblia:

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3.16

Deus ama, e porque ama dá o que tem de melhor: Seu Filho!

O diabo odeia, e porque odeia, rouba!

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