Escrito por: Thaís Rodrigues Villa
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, treze  milhões de brasileiros apresentam dores de cabeça diariamente, um número maior  que o encontrado em outros países, como os Estados Unidos, por exemplo. Esse é  um dado alarmante. 
Dores de cabeça frequentes são chamados de cefaleias  crônicas diárias. Uma cefaleia está crônica quando acomete o individuo no mínimo  15 dias por mês, há pelo menos três meses. Ou seja, a pessoa está tendo dor dia  sim, dia não, ou mesmo, diariamente. As cefaleias crônicas mais comuns são a  cefaleia tensional crônica e, principalmente, a enxaqueca enxaqueca crônica, e é dela que vamos  conversar mais detalhadamente. 
Por que uma enxaqueca pode se tornar crônica?
Dificilmente alguém começa seu quadro de enxaqueca com dor  diariamente. Até porque a enxaqueca  se inicia entre a infância e a juventude, e começa com crises mais  esporádicas. 
Muitas vezes as pessoas acreditam que essas crises são  normais e se automedicam. Para muitos, as crises sempre serão espaçadas, mas  para outros ela tendem a aumentar de frequência. Principalmente em situações de  exposição a mais estresse, rotinas muito pesadas e sono insuficiente. 
Para as mulheres, em razão de mudanças hormonais, como  gestações e menopausa, as enxaquecas crônicas são bastante frequentes. 
Como lidar com a enxaqueca crônica?
As pessoas costumam tomar analgésicos, aumentar as doses, depois ir trocando os tipos,  pedir dicas para amigos, parentes e balconistas de farmácia sobre analgésicos  mais potentes. Quando chegam ao especialista a dor já é diária, e a lista de  analgésicos que já não resolvem mais é grande. 
Isso acontece por vários fatores. Dificuldade em encontrar  um especialista para seu diagnóstico e tratamento corretos, banalização da dor,  desconhecimento de que existe tratamento para enxaqueca e a crença na  automedicação. 
O uso excessivo de medicações analgésicas é hoje a  principal causa da enxaqueca crônica. Analgésicos são medicações necessárias e  excelentes para o tratamento das crises de dor aguda. O problema é a forma  indiscriminada com que se usa, sem um diagnóstico e orientação médica  adequada. 
O organismo vai se acostumando ao medicamento de uso  contínuo e perde, cada vez mais, seus próprios mecanismos de regular a dor. E  sem o analgésico a dor vem mais forte, e mais analgésico precisa ser  utilizado. 
Saiba mais
 É um ciclo vicioso e perigoso, muitos pacientes tem que  ser "desintoxicados", ou seja, todos os medicamentos utilizados são suspensos,  para que o tratamento que vai prevenir a dor crônica funcione. 
Dor de cabeça crônica se trata com medicações chamadas  preventivas, que tomadas diariamente, vão evitando que as dores sejam tão  frequentes, e também que fiquem intensas. Com o auxílio de um especialista, o  preventivo vai ser indicado caso a caso, após avaliação detalhada de cada  paciente. 
A maioria dessas medicações são tomados via oral, mas  também podemos lançar mão de  acupuntura, orientações de rotinas e exercício físico regular, e mais atualmente, da toxina  botulínica, já que seu uso foi recentemente indicado especialmente para  pacientes com enxaqueca crônica. 
Diga não à automedicação. Caso você tenha crises de dor de  cabeça frequentes, procure orientação médica.
 
 
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